Sim, de modo geral, a maioria das gestantes pode consumir alimentos e bebidas que contenham adoçantes artificiais em doses moderadas. Embora tenha havido muita polêmica sobre o uso de alguns deles, os estudos realizados até agora (muitos deles em animais) indicam que são seguros.
A nutricionista Débora Nunes aconselha cautela e alerta para que as grávidam sigam direitinho as recomendações de consumo do fabricante de cada adoçante ou edulcorante. Ou seja, não deixe de checar rótulos de produtos light e diet.
Nos Estados Unidos, o órgão responsável pela regulamentação de remédios e alimentos no país (FDA) aprova cinco adoçantes. São eles:
Acessulfame –K: acredita-se que dificilmente este adoçante possa causar danos à saúde da mãe ou do bebê, porque é um composto que não é metabolizado no organismo humano, sendo totalmente eliminado na urina.
O limite diário recomendado pela Anvisa (órgão brasileiro de controle de remédios e alimentos) é de 15mg por quilo de peso.
Sacarina: um dos primeiros tipos de adoçante artificial, a sacarina é bem menos comum atualmente. No passado, chegou-se a cogitar que essa substância poderia causar câncer ou defeitos no bebê, mas pesquisas posteriores não comprovaram tais teorias.
O limite diário recomendado pela Anvisa é de 5mg por quilo de peso.
Aspartame: é encontrado em muitas refeições prontas de baixa caloria, guloseimas e bebidas. Este adoçante tem sido amplamente estudado em animais, e seu consumo é considerado seguro para as gestantes, porém deve ser evitado por pessoas que sofram de fenilcetonúria (PKU), uma doença hereditária, ou que tenham alta concentração de fenilalanina no sangue. Isso porque o corpo delas não consegue decompor a fenilalanina, um aminoácido contido no aspartame e cujo acúmulo pode causar retardo mental no bebê. Fique de olho nos rótulos dos produtos
O limite diário máximo de ingestão é 40mg por quilo de peso.
Sucralose: apenas uma pequena parte deste composto é absorvida pelo organismo, porém é totalmente elimidada na urina, o que leva à indicação de que não é prejudicial para o feto.
Não existem dados disponíveis de recomendações para uso durante a gestação ou lactação.
Neotame: de fórmula semelhante à do aspartame, é bem mais potente e com maior resistência a temperaturas mais altas. O neotame é mais voltado para uso industrial.
Outro adoçante utilizado no Brasil é o estévia, que é feito a partir de uma planta. Apesar de estudos demonstrarem a segurança de seu uso, não foi oficialmente classificado pela FDA e não há recomendação oficial de limites de ingestão.
Lembre ainda que alguns destes adoçantes têm efeitos colaterais. O sorbitol, por exemplo, é utilizado em produtos diet e em chicletes, e, por ser lentamente absorvido pelo organismo, pode dar sensação de estômago inchado e gases. Como gases já são um incômodo normal da gravidez, não vale a pena piorá-los.
Mas o principal problema em relação aos adoçantes na gravidez é que as mulheres que os usam podem acabar não consumindo alimentos e bebidas mais nutritivos. Uma gestante que tome muito refrigerante diet à base de cola pode não estar bebendo quantidades suficientes de água, leite ou sucos.
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