Grávida pode tomar sol ou fazer bronzeamento artificial? | TUDO SOBRE GRAVIDEZ


Para muitos especialistas, não é boa ideia se bronzear -- seja à luz do sol ou artificialmente -- independentemente de se estar grávida ou não. 

Apesar de bonito, o bronzeado nada mais é do que uma tentativa da pele de se proteger dos raios ultravioleta, responsáveis por intensificar os efeitos do envelhecimento e também por aumentar o risco de um câncer de pele.

No caso específico das gestantes, a pele já está mais sensível e suscetível a queimaduras em razão do maior nível de estrogênio e do chamado hormônio melanocítico, que aceleram a pigmentação da pele. Há também risco de aparecerem manchas que nem sempre podem ser removidas depois do parto.
"Pedimos que as mulheres se protejam ao máximo da luz solar, com protetores de alta eficiência, chapéus e sem expor a pele diretamente", afirma a obstetra Rosa Maria Ruocco, do Hospital das Clínicas de São Paulo.

Óculos escuros desses bem grandões também são um bom recurso para proteger o rosto, junto com o filtro solar (que deve ser usado sempre, mesmo para quem fica em ambientes internos).

Há grávidas que desenvolvem manchas escuras no rosto, conhecidas como cloasma, o que é sinal de que a pele reage mais do que o normal à luz solar e é preciso preservá-la. Cloasmas podem piorar tanto com o bronzeamento natural como com o artificial. 
Outro ponto negativo da exposição ao sol por muito tempo é o risco de uma desidratação, algo ruim para a mulher e o bebê.

Em relação ao bronzeamento artificial, em camas ou cabines, a verdade é que há pouca pesquisa sobre seus efeitos na gravidez. Não há também estudos conclusivos sobre como a exposição ao sol ou aos raios ultravioleta afetam o feto.

Alguns trabalhos ainda preliminares indicam que pode haver ligação entre a exposição a raios ultravioleta e uma deficiência de ácido fólico. Isso porque o ácido fólico pode ser decomposto em partes menores pela luz solar intensa. 

Nas primeiras semanas da gravidez, às vezes até antes de a mulher saber que espera o bebê, os níveis elevados de ácido fólico no corpo ajudam a prevenir defeitos do tubo neural no embrião.

O mais sensato é evitar o bronzeamento artificial até que haja mais evidências sobre seus efeitos no corpo e certeza de que não há riscos. 
Além dos riscos ligados ao câncer, expor o corpo a uma temperatura muito alta -- o que pode acontecer em uma cama de bronzeamento ou sauna -- já foi associado a possíveis malformações nos bebês. 

Outra preocupação é ficar muito tempo deitada de barriga para cima, o que poderia restringir o fluxo de sangue para seu coração. 

Aproveite para caminhar ou relaxar ao ar livre, privilegiando o sol do começo da manhã e do fim da tarde e mantendo-se bem hidratada, com muita água, água de coco ou sucos naturais.

Se você não se aguenta mesmo de vontade de ficar mais morena, o jeito é apelar para as loções autobronzeadoras, aplicadas em forma de jato ou em casa. 
É melhor usar os autobronzeadores em forma de creme, já que os em spray podem não ser bons para o pulmão quando inalados. 

Faça também teste em um pequeno pedaço da pele antes de passar no corpo todo (mesmo que já tenha usado o produto antes, já que a pele na gestação fica mais vulnerável a irritações).

Use o produto com parcimônia, acompanhando bem os resultados, pois na gravidez a pele mancha com mais facilidade, e você pode acabar se bronzeando de forma desigual.

O principal componente das loções (dihydroxyacetone, conhecido pela sigla DHA) teria condições de penetrar na pele, mas ainda faltam estudos que comprovem isso. De qualquer modo, é bom conversar com o médico porque alguns preferem que se espere passar o primeiro trimestre da gravidez para usar os autobronzeadores. 

PELE E CORPO